A Comissão Especial de Estudos, que analisa a proposta da Prefeitura de Ribeirão Preto sobre os resíduos sólidos da cidade, se reuniu na tarde desta terça-feira, 29 de março, para ouvir representantes do Poder Executivo e de organizações ligadas ao meio ambiente de Ribeirão Preto.
A CEE é presidida pelo vereador Marcos Papa (Cidadania) e tem como membros os vereadores França (PSB) e Coletivo Popular Judetti Zili (PT). O vereador França, que também é relator da CEE, não pôde comparecer à reunião por problemas de saúde.
O vereador Papa questionou os representantes da Administração sobre a declaração do prefeito Duarte Nogueira (PSDB), da intenção de se criar um consórcio envolvendo todas as cidades da Região Metropolitana de Ribeirão Preto para gestão integrada dos resíduos sólidos. De acordo com ele, a prefeitura não vem sendo transparente em relação à situação atual do setor. “Esse é um tema que nós nos debruçamos já há uma década e queremos entender a razão pela qual nós ainda temos um tratamento tão precário num assunto tão importante quanto o dos resíduos sólidos”, disse Papa.
O engenheiro civil Eduardo Marques da Secretaria Municipal de Infraestrutura, afirmou que atualmente Ribeirão Preto recicla cerca de 30% dos resíduos sólidos mensais, e o restante é destinado a aterros sanitários. “Entendo que Ribeirão tem muito a evoluir em ternos de resíduos sólidos, mas não estamos totalmente parados neste sentido. O que precisamos é aumentar, de acordo com a capacidade de investimento das empresas, a quantidade destinada à reciclagem”, disse Marques.
O chefe da Divisão de fomento à Agricultura e Energia Renovável, Renato Dantas, afirmou que uma empresa foi contratada para realização de estudo aprofundado para a criação de uma “cidade de resíduos sólidos” na região, em que apenas o que não houver como ser reciclado seja enviado aos aterros. “Esse estudo vai abranger todo o escopo que envolve a reciclagem de resíduos sólidos, desde o econômico-financeiro até o ambiental. Por ser um estudo complexo, creio que levará de três a quatro anos para ser concluído”, disse Dantas.
Papa criticou a prefeitura em relação à Cooperativa Mãos Dadas. “Nota-se que, para uma prefeitura que tem por objetivo preferencialmente as cooperativas, e que em sete anos de governo não consegue dar conta da única que existe na cidade, nunca foi prioridade”, afirmou.
Na próxima reunião, marcada para o próximo dia 12 de abril, às 15 horas, a CEE deverá discutir o panorama e os números dos resíduos sólidos urbanos em Ribeirão Preto.
Texto: André Luís de Jesus (MTB 32.788)
Fotos: Thaisa Coroado (MTB 50170/SP)
